Conforme já visto em posts anteriores, é concreto o preconceito que existe atualmente em detrimento das profissionais do sexo. Tendo
em vista que o Direito não é completamente independente da moral, diversas
consequências jurídicas desse preconceito já as prejudicaram. Exemplo disso é que apenas recentemente tal profissão passou a ser reconhecida para
fins de direitos de previdência social.
Nesse contexto, foi perguntado às profissionais entrevistadas como elas
se sentiam aos olhos da sociedade no que diz respeito à sua profissão.
Constatou-se que ainda hoje há preconceito e que ele está presente desde o
ambiente familiar, até as relações sociais. Sobre isso, veja algumas das
respostas a esse questionamento:
“As pessoas acham que as profissionais do sexo
não são gente normal.”
“Já fui bem mal tratada quando falava que era
prostituta, mas agora não falo mais abertamente e então as pessoas me tratam
normal.”
“(sobre a existência de preconceito) das
pessoas em geral é obvio que sim, não saio contando o que faço para me
sustentar.”
“Claro que somos tratadas diferentes. Os caras
querem só sexo, imagina se eles vão te querer para casar, muito raro uma de nós
arrumar marido nesta vida. Mas também nem queria mesmo.”
“Eu
não to nem aí para o que acham, eu faço o que quiser comigo mesma. Mas claro
que há preconceito, sim. Vai dizer numa loja 'profissão: prostituta' pra ver a
cara que te olham.”
“A minha família não pode saber da minha
profissão, eu saio de casa dizendo que vou para festas, dormir na casa de
amigos, tipo assim.”
Dessa forma, foi também constatado que o preconceito está presente, por
vezes, nos servidores do Estado que devem atendê-las no momento em que forem
registrar uma violência contra elas. Os olhares diferentes na Delegacia, no
momento de explicar de que modo ocorreu o fato, com certeza fazem as
profissionais repensarem se há vantagem de fazer ocorrência policial diante da
situação constrangedora a que elas precisarão se expor.
Esse preconceito na delegacia no momento de registrar a ocorrência também
é relatado pelas entrevistadas:
“(em relação ao momento de registrar a ocorrência) Mas
vi que os caras me olhavam diferente, tipo me avaliando.”
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