Como surgiu?

O blog é o resultado de pesquisa desenvolvida na disciplina de Criminologia, do curso de Direito da UFSM, ministrada pelo Prof. Dr. Salo de Carvalho. A proposta de investigação era a de observação de uma questão criminológica que envolvesse a cidade de Santa Maria-RS. Após a escolha do problema de pesquisa, o grupo criou o blog "Insiders" como um canal de diálogo com os corpos discente e docente da Faculdade.


Acadêmicas: Alice Lucena, Ana Luiza Espindola, Camila Carilo, Érica Dutra, Fernanda Lenz e Mariana Salla.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

CAUSAS DO AUMENTO DA CIFRA OCULTA - O preconceito

Conforme já visto em posts anteriores, é concreto o preconceito que existe atualmente em detrimento das profissionais do sexo. Tendo em vista que o Direito não é completamente independente da moral, diversas consequências jurídicas desse preconceito já as prejudicaram. Exemplo disso é que apenas recentemente tal profissão passou a ser reconhecida para fins de direitos de previdência social.
Nesse contexto, foi perguntado às profissionais entrevistadas como elas se sentiam aos olhos da sociedade no que diz respeito à sua profissão. Constatou-se que ainda hoje há preconceito e que ele está presente desde o ambiente familiar, até as relações sociais. Sobre isso, veja algumas das respostas a esse questionamento:

“As pessoas acham que as profissionais do sexo não são gente normal.”
“Já fui bem mal tratada quando falava que era prostituta, mas agora não falo mais abertamente e então as pessoas me tratam normal.”
“(sobre a existência de preconceito) das pessoas em geral é obvio que sim, não saio contando o que faço para me sustentar.”
Claro que somos tratadas diferentes. Os caras querem só sexo, imagina se eles vão te querer para casar, muito raro uma de nós arrumar marido nesta vida. Mas também nem queria mesmo.
Eu não to nem aí para o que acham, eu faço o que quiser comigo mesma. Mas claro que há preconceito, sim. Vai dizer numa loja 'profissão: prostituta' pra ver a cara que te olham.
“A minha família não pode saber da minha profissão, eu saio de casa dizendo que vou para festas, dormir na casa de amigos, tipo assim.”

Dessa forma, foi também constatado que o preconceito está presente, por vezes, nos servidores do Estado que devem atendê-las no momento em que forem registrar uma violência contra elas. Os olhares diferentes na Delegacia, no momento de explicar de que modo ocorreu o fato, com certeza fazem as profissionais repensarem se há vantagem de fazer ocorrência policial diante da situação constrangedora a que elas precisarão se expor.
Esse preconceito na delegacia no momento de registrar a ocorrência também é relatado pelas entrevistadas:

“(em relação ao momento de registrar a ocorrência) Mas vi que os caras me olhavam diferente, tipo me avaliando.

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