Durante as entrevistas, foi questionado às
profissionais se elas já sofreram alguma violência no âmbito do trabalho e qual
foi sua reação a tal situação. Àquelas que nunca sofreram nenhuma violência,
questionou-se qual seria sua reação.
Em relação a tais perguntas, constatou-se que as
profissionais que ainda não sofreram nenhuma violência são tão somente aqueles
que trabalham há pouco tempo no ramo, visto que as veteranas nesta área já
foram agredidas. Esses resultados induzem a um lastimável prognóstico de
agressões às profissionais do sexo que permanecerem por mais tempo trabalhando
nesse campo.
Nesse contexto, aquelas que já foram agredidas
afirmaram que não fizeram registro policial ou que já fizeram, mas se
arrependeram e não fariam novamente. Por outro lado, as que ainda não sofreram
agressões afirmam de forma convicta que fariam registro policial, sim, no caso
de serem vítimas de violência.
Evidencia, assim, uma discrepância entre as intenções
e as ações efetivas das profissionais do sexo em relação às situações em que
são vítimas de violência. Percebe-se que, quando o caso é analisado de forma
hipotética, elas possuem sérias intenções de registrar ocorrência de agressões
sofridas. Entretanto, quando a hipótese abstrata se concretiza, algo as
desencoraja a adotar providências contra tais ofensas. Cabe, pois, analisar que
causas desencorajadoras são essas que acarretam um aumento na cifra negra de
criminalidade no ambiente de trabalho das profissionais do sexo.
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